O Primo do Rio

Estranho não era… tanto tempo e ainda não tinha ido à Cidade Maravilhosa, o Rio de Janeiro…

Claro que estava na lista de tarefas urgentes, mas tinha de aproveitar o momento certo, um fim-de-semana grande.

Dia 9 de Julho, feriado em São Paulo, quinta-feira e lá vou eu… rumo à família, a que está mais perto neste momento.

É conhecido (pelo menos dos mais próximos) que a minha família aqui tem uma ligação forte à comunidade imigrante no Rio. E, como eu agora também entrei para a categoria, nada melhor que entender a coisa mais de perto.

Então, além das idas normais numa visita destas, o meu primo tratou de me levar a visitar dois eventos da comunidade. O Cantinho das Concertinas do Carlinhos no CADEG e os 55 anos da casa de Vila da Feira e Terras de Santa Maria, que meteu show do Roberto e tudo (o Leal, que o Carlos estava a celebrar os seus 50 anos de carreira nessa mesma noite no Maracanã, cada um tem o que merece :-))

Uma coisa tem de ser dita. É preciso viver para entender!

O sentimento e a saudade de estar afastado de casa, sobretudo de pessoas que saíram do seu país sem condições e sem saber qual o seu destino, é algo muito difícil de superar.

E a realidade é que vale tudo para sentir o sabor, o cheiro, a visão mais próxima possível de casa… mesmo que seja muito “bimbo”, para os que não sentem claro!

Assim se vê o exemplo do “Carlinhos” que todos (TODOS) os fins-de-semana junta centenas de Portugueses e Brasileiros num mercado, no meio da rua, pois na sua tasca cabem 5 ou 10 pessoas, para comer e beber em Português. Além de transmitir a nossa cultura, mais ou menos actualizada (lá vem um Cristiano Ronaldo entre um pastel de bacalhau e um folclore) cria laços fortes entre os Portugueses e os Brasileiros. Claro que em clima de festa total.



E porque o Roberto Leal (como outros do género) é tão adorado por estas comunidades? Porque lhes diz exactamente o que querem ouvir, quão importante é a sua casa, Portugal.

Mas confesso, já os tinha ouvido a todos e não tinha ligado a mínima, aliás, eram mais uns “bimbos”, mas nessa altura eu não estava longe…
De facto esta distância altera muito os nossos sentimentos. Estamos de repente excluídos do nosso mundo, e tudo o que podemos fazer para nos manter em “contacto” é mais que justificado!

OK, torna-se óbvio que a coisa me tocou e que os meus sentimentos começam a aparecer… próxima ida ao Rio, Escolas de Samba :-) pr’arrebitar!